sábado, 25 de setembro de 2010

Decisão Interlocutória

Circunscrição : 1 - BRASILIA
Processo : 2010.01.1.161869-4
Vara : 117 - SETIMA VARA DA FAZENDA PUBLICA DO DF

Processo : 2010.01.1.161869-4
Ação : CIVIL PUBLICA
Autor : MPDFT MINISTERIO PUBLICO DO DF E DOS TERRITORIOS
Réu : METRO DF COMPANHIA DO METROPOLITANO DO DF e outros

Decisão Interlocutória

Chamo o feito à ordem.

Toda a execução dos Contratos decorrentes das Licitações nºs. 001/2007 (Projeto Básico) e 004/2008 (Projeto Executivo de Engenharia) estavam suspensas com a decisão de fls. 940, e continuam suspensos por esta, e assim, permanecerão até diversa decisão judicial deste MM. Juízo, ou de Instância Superior, fortes são os indícios apresentados pelo Ministério Público na inicial, e acompanhados de farta documentação a corroborá-los.

Na verdade, ou a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal - Metrô-DF, de modo administrativo e unilateral, refaz a licitação, ou facilite a célere tramitação do feito, com a apresentação da sua defesa, o mesmo fazendo os demais réus, para a rápida prolação de sentença.
Na verdade, sendo um projeto caríssimo, de interesse político-administrativo tanto do Governo Local como do Federal, pela injeção de recursos públicos visando a realização de obras de infra-estrutura vital, segundo a conveniência e oportunidade dos agentes políticos envolvidos, para a consecução da viabilidade da estrutura de serviços exigidos para a realização da Copa do Mundo em Brasília - Distrito Federal, a paralisação das obras, além de trazer atrasos no cronograma do todo, acarreta custos financeiros adicionais vultosos, inclusive para o Erário Público.

Cabe ressaltar, por importante, não caber ao Ministério Público e ao Poder Judiciário se imiscuirem na conveniência e oportunidade da construção do VLT, mas apenas zelar pela legalidade, impessoalidade e moralidade da licitação pública empreendida, e tão só.

Neste diapasão, a suspensão da execução dos contratos não pode servir de fundamento para a não realização de obras viárias indispensáveis ao normal funcionamento e manutenção das obras públicas, sob pena de mais prejuízo se causar ao Erário, bem assim à comunidade local.
De igual modo, obras iniciadas devem ser preservadas, no limite mesmo de sua preservação, sob pena de, além de prejuízos financeiros, causarem danos ambientais, dentre outros.

Assim sendo, determino a imediata realização de obras imprescindíveis à contenção dos taludes de escavação e demais necessárias para a preservação do viaduto no final da W3 sul, com a imediata finalização do asfaltamento da pista projetada para o desvio do tráfego de veículos em frente à ENAP e ao CBMDF, o mesmo ocorrendo em relação à drenagem das águas pluviais, e bem assim para a proteção dos taludes e estrutura metálica do Centro de Manutenção do VLT.

Por fim, atuando o Ministério Público na espécie, como parte, e não como fiscal da lei, a verificação do cumprimento destas determinações judiciais ficará a cargo deste MM. Juízo, através, se necessário, do corpo técnico do Nosso Tribunal, ficando, desde já, advertidos os réus sobre as conseqüências administrativas e penas a serem aplicadas prontamente no caso de eventual e inadmissível tentativa de se burlar os limites expressos desta decisão, devendo o Metrô-DF e o Distrito Federal apresentar o cronograma das obras a se realizar, no prazo entendido imprescindível para, após a oitiva célere por 24:00 horas, do autor da lide, este MM. Juízo tomar as decisões devidas.

Cumpra-se de imediato.

Priorize a Secretaria a juntada das defesas para, todas feitas, ou não, decorrido o prazo legal, venham os autos imediatamente conclusos para prolação de sentença.
Intimem-se.

Brasília - DF, sexta-feira, 17/09/2010 às 18h48.
José Eustáquio de Castro Teixeira
Juiz de Direito

terça-feira, 14 de setembro de 2010

MPDFT recomenda a anulação do contrato para a construção do VLT

Noelle Oliveira - Correio Braziliense
Publicação: 13/09/2010 20:27 Atualização: 13/09/2010 23:00



O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recomendou ao Governo do DF (GDF), nesta segunda-feira (13/9), a anulação do contrato para construção do Sistema de Metrô Leve sobre Trilhos — VLT. A recomendação também pede que seja instaurado processo administrativo para apurar irregularidades no processo de contratação da empresas vencedoras da licitação, Dalcon e Altran/TCBR.

As obras do VLT estão suspensas, bem como os pagamentos, desde o último dia 2, por determinação da 7ª Vara de Fazenda Pública do DF. "Vamos lutar até o final para que seja rescindido esse contrato e tudo recomece do zero", afirmou o promotor de Defesa do Patrimônio Público Social, Ivaldo Lemos Júnior.

Em nota, o GDF afirmou que só se pronunciará oficialmente sobre o assunto em 15 dias, prazo fixado pelo MPDFT para que seja apresentada resposta. De acordo com o MPDFT, as duas únicas empresas que participaram da licitação para o VLT seriam sócias ocultas, o que torna a concorrência ilegal. As obras do VLT estão orçadas em R$ 1,3 bilhão.

http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia182/2010/09/13/cidades,i=212767/MPDFT+RECOMENDA+A+ANULACAO+DO+CONTRATO+PARA+A+CONSTRUCAO+DO+VLT.shtml

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Juiz determina paralisação das obras do VLT

3/9/2010 - TJDFT

http://www.tjdft.jus.br/trib/imp/imp_not.asp?codigo=14604 

O juiz da 7ª Vara da Fazenda Pública do DF concedeu decisão interlocutória, no último dia 31 de agosto, determinando a imediata paralisação das obras do Sistema de Metrô Leve de Brasília (VLT), sob pena de incorrer as autoridades responsáveis em crime de desobediência. Na mesma decisão, o juiz determinou a intimação do Metrô DF (Companhia do Metropolitano do DF), bem como do Distrito Federal para prestarem informações.

Pela decisão, os fatos narrados pelo Ministério Público do DF encontram sustentação nas provas dos autos, surgindo, nesse caso, a plausibilidade do direito invocado diante da frustração dos objetivos da licitação. Segundo o julgador, no caso em tela, "merece proteção o patrimônio público, até a completa elucidação da matéria posta, com a oitiva da Fazenda Pública".

Dessa forma, pelos motivos expostos, suspendeu liminarmente os processos administrativos-financeiros de pagamento das sociedades empresárias integrantes do consórcio BASTRAM e determinou a imediata paralisação das obras de implementação do VLT.

Da decisão, cabe recurso.
Nº do processo: 2010.01.1.161869-4
Autor: (LC)

Justiça paralisa novamente construção do VLT de Brasília


Projeto do VLT de Brasília (crédito: Divulgação)

Daniela Martins - Brasília - Portal Copa 2014
postado em 03/09/2010 12:38 h
atualizado em 03/09/2010 15:55 h
 
Obra considerada essencial para a Copa de 2014 em Brasília, a construção do veículo leve sobre trilhos (VLT) foi paralisada mais uma vez. O juiz José Eustáquio de Castro Teixeira, da 7ª Vara de Fazenda Pública do Tribunal de Justiça do DF, determinou na última quarta-feira (1º) a suspensão dos trabalhos depois de acatar denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
O órgão aponta indício de fraude na licitação feita em 2007 pela Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) para supostamente beneneficiar as empresas Dalcon Engenharia e Altran/TC/BR Tecnologia e Consultoria Brasília S/A na contratação do projeto básico do VLT, no valor de R$ 3,26 milhões.
As duas empresas foram as únicas que participaram da licitação. De acordo com o MPDFT, elas seriam sócias ocultas. A Operação Bagre, realizada por promotores de justiça do DF, em abril, apreendeu documento que mostra que a Dalcon transferiu cerca de R$ 1 milhão para a execução do projeto para a Altran. O Ministério Público também denuncia que as duas empresas apresentaram projetos durante a concorrência.
O VLT
O veículo leve sobre trilhos ligará o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek às avenidas W3 Sul e Norte. Haverá paradas próximas ao futuro Estádio Nacional Mané Garrincha, o que possibilitará que os torcedores utilizem esse meio de transporte para assistir aos jogos. Além disso, o sistema deve ajudar na chegada dos turistas que vêm de avião aos setores hoteleiros da cidade.
No total, a obra está orçada em R$ 1,5 bilhão, dos quais R$ 263 milhões serão financiados pelo PAC da Mobilidade Urbana. O PAC financiará a compra dos trens e vagões, além do trecho que liga o aeroporto ao Terminal da Asa Sul. Outra parte do dinheiro veio de processo de empréstimo a ser firmado entre o governo do Distrito Federal e a Agência Francesa de Desenvolvimento.

http://www.copa2014.org.br/noticias/5146/JUSTICA+PARALISA+NOVAMENTE+CONSTRUCAO+DO+VLT+DE+BRASILIA.html 

Obras do VLT serão retomadas


  • 25/08/2010 - Agencia  Brasília

    Todos os documentos exigidos para a construção das vias e plataformas do Veículo Leve sobre Trilhos já foram entregues. Embargo, motivado pelo atraso de documentação, foi suspenso. O cronograma será reestruturado e haverá novo prazo para Metrô-DF concluir os trabalhos
    As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) serão retomadas nesta quinta-feira (26). A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) informou a suspensão do embargo extra-judicial, feito pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no dia 18 de junho. De acordo com o Metrô-DF, as exigências do Iphan foram atendidas e os documentos e projetos, que motivaram o embargo, já foram apresentados.

    O VLT está dividido em dois canteiros de obras. Um deles fica no Setor Policial Sul, próximo ao Parque das Aves, onde será o Centro de Manutenção. O segundo está na via ESPM, ao final da W3, onde será construído um novo viaduto. O cronograma será reestudado e haverá um novo prazo para conclusão, que ainda será definido.

    Veículo Leve sobre Trilhos

    A construção do Veículo Leve sobre Trilhos entre o Setor Policial Sul e o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitscheck foi planejada como uma das obras para adequar a cidade à realização da Copa do Mundo de 2014.

    Brasília será a primeira cidade latina a oferecer uma tecnologia de metrô leve, com a primeira linha ligando o aeroporto às zonas sul, norte e central, incluindo região hoteleira. O veículo deverá desafogar o trânsito na região e reduzir significativamente a emissão de gases poluentes na atmosfera.

    Saiba mais sobre o VLT de Brasília:

    - Velocidade máxima: 70 km/h
    - Velocidade comercial (média): 30 km/h
    - Veículo com 2,65 m de largura
    - 44 metros de comprimento (extensível para 54 m)
    - Capacidade de 550 passageiros/veículo
    - Estimativa de 12 mil passageiros/hora/sentido no pico, por dia

    Débora Teixeira - Agência Brasília

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

Justiça paralisa obras do VLT mais uma vez

Correio Braziliense - 02/09/2010


A construção do veículo leve sobre trilhos (VLT) está mais uma vez suspensa. O juiz José Eustáquio de Castro Teixeira, da 7ª Vara de Fazenda Pública do DF, decidiu paralisar a obra devido a suspeitas de irregularidades na licitação para o projeto básico do empreendimento. Em ação civil pública, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) apontou fraude na concorrência promovida em 2007 pela Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) para supostamente favorecer as empresas Dalcon e Altran/TCBR na execução de contrato no valor de R$ 3,259 milhões.

As duas únicas empresas que participaram da licitação seriam, segundo o MP, sócias ocultas. A Dalcon Engenharia venceu o processo de seleção, mas repassou parte do dinheiro recebido do GDF, R$ 1,076 milhão, para a Altran-TCBR, com quem disputou a concorrência. A suposta transferência foi detectada por promotores de Justiça em documento apreendido na sede de uma das empresas durante a Operação Bagre, ocorrida em abril. O Ministério Público também sustenta que as duas empresas apresentaram propostas técnicas muito semelhantes na licitação do projeto básico do VLT. O mesmo texto foi considerado uma cópia da proposta que as empresas apresentaram quando se uniram formalmente em consórcio para concorrer a contrato em Curitiba (PR).



Exoneração



Por conta das supostas irregularidades, o ex-presidente do Metrô-DF José Gaspar é alvo de uma ação de improbidade administrativa em tramitação também na 7ª Vara de Fazenda Pública do DF. Na ação, o MP aponta que Gaspar manteve vínculo no passado com as duas empresas. Antes de assumir o cargo no GDF, em janeiro de 2007, ele foi consultor da Altran-TCBR e coordenou uma associação da empresa com a Dalcon no Paraná. Em virtude da Operação Bagre e das suspeitas de irregularidades, o governador Rogério Rosso (PMDB) exonerou Gaspar em abril.



O Correio não conseguiu contato ontem à noite com as empresas citadas. Na época da Operação Bagre, a Dalcon sustentou ter vencido a licitação do Metrô-DF de forma legal e afirmou que uma parceria com a empresa Altran-TCBR ocorrida no passado não inviabilizaria disputas entre as firmas em licitações de outros projetos. O GDF poderá recorrer ao Tribunal de Justiça do DF para tentar cassar a liminar. A decisão em vigor determina a paralisação das obras e a suspensão de repasses de recursos para o consórcio encarregado do empreendimento. Depois de dois meses parada, a obra foi retomada na última semana, quando o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) retirou o embargo imposto anteriormente sob a justificativa de que o GDF não havia submetido o projeto executivo do VLT ao órgão.



Entenda o caso

2008

20 de fevereiro

O GDF dá início à primeira etapa do processo de licitação do VLT.



22 de fevereiro

A licitação do VLT é interrompida pela Promotoria de Defesa do Patrimônio Público do MPDFT, porque os estudos para a elaboração do edital foram considerados insuficientes.



2009



29 de julho

A União impõe restrições à concessão de aval a um empréstimo de 134 milhões de euros (cerca de R$ 365 milhões) da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) para financiar a implantação do VLT



5 de agosto

O ministro Gilmar Mendes, então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), suspende as restrições impostas pela União que impediam o GDF de obter o empréstimo.



7 setembro

As obras do VLT são lançadas com a presença do presidente da França, Nikolas Sarcozy. Trata-se do primeiro trecho do VLT, que ligaria o aeroporto ao Terminal Asa Sul.



20 de outubro

O MP ajuíza ação civil pública pedindo, em caráter liminar, a suspensão do processo de empréstimo da Agência Francesa e das obras do VLT.



13 de dezembro

Ocorrem as primeiras mudanças no trânsito no fim da W3 Sul em decorrência da construção do VLT. Uma semana depois, as obras são embargadas por questionamentos ambientais.



30 de dezembro

Acaba o embargo às obras do VLT.



2010



27 de janeiro

A obra do VLT é interrompida pelo Ministério Público sob argumento de que o GDF teria aberto a concorrência para as obras antes de concluir o projeto básico.



7 de fevereiro

O Tribunal de Justiça do DF derruba a liminar ajuizada pelo MP em outubro de 2009 que embargava as obras do VLT. O argumento é de que a liminar prejudicava a população.



10 de junho

A construção do VLT é embargada novamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). De acordo com a superintendente do Iphan, o Metrô-DF não entregara os projetos executivos do VLT solicitados.



23 de abril

O MPDFT deflagra a Operação Bagre, que investigava possíveis fraudes na licitação de projetos básicos de engenharia do VLT.