terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Comerciantes reclamam dos prejuízos provocados pela obra do VLT

21/12/2010 - DFTV 2ª Edição

Quem tem loja na 516 Sul reclama dos problemas causados pelos constantes alagamento na quadra . Eles denunciam que o problema é provocado pela obra do Veículo Leve sobre Trilhos.

O técnico de informática Carlos Roberto Reis trabalha na reforma de uma loja na 516 Sul e na manhã desta segunda-feira (20) ele tomou um susto. A loja estava toda alagada. “Era 17 centímetros de água em 420 metros quadrados”, conta. 

A bomba ainda não conseguiu drenar toda a água que caiu no domingo (19). Na loja vizinha, os instrumentos musicais estão no sol para secar. 

Em um restaurante na mesma quadra o problema se repetiu. O subsolo, onde funcionam a cozinha e a administração, ficou inundado. Todo o material de escritório foi destruído. A lama tomou conta de alimentos e utensílios. 

“Prejuízo que pelos nossos cálculos fica na faixa de, mais ou menos, R$ 20 mil. A obra do VLT que veio potencializar todos esses problemas”, afirma o empresário Álvaro Silveira. 

Segundo os comerciantes, o problema começou com a construção de um desvio em função das obras do VLT. A chuva acaba se acumulando e invadindo as lojas. Antes, a água passava direto e seguia a direção da pista. 

Para piorar, o bueiro está entupido há vários meses o que dificulta o escoamento da água. Com medo de novas enchentes, os lojistas da região estão vedando as passagens de ar para o subsolo. 

O vendedor de tapetes José Olimpio Martins conta que por pouco não perdeu todo o estoque. “Tem mais ou menos uns 800 tapetes e também tem os tapetes importados”, conta. 

As obras estão paradas desde setembro por determinação da Justiça que apontou falhas nos estudos de impacto de vizinhança e ambiental. 

A direção do metrô informou que técnicos já estiveram no local e constataram que o alagamento na 516 Sul não é provocado pelas obras do VLT. Já a Novacap diz que vai mandar uma equipe amanhã ao local pra resolver o problema. 

Alessandra Castro / Salvatore Casella / Almir de Queiroz

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Agnelo tenta retomar contato com Bird para garantir financiamentos

17/12/2010 - Correio Braziliense - Juliana Boechat

Superada a crise política que assombrou o Distrito Federal ao longo do último ano, o governador eleito, Agnelo Queiroz (PT), reatou os laços com o Banco Mundial (Bird), um dos principais financiadores de projetos da capital federal. No início da tarde de ontem, o petista se reuniu com o diretor da instituição bancária no Brasil, Makhtar Diop, para pedir a continuidade de repasses, hoje congelados, ao GDF e buscar apoio financeiro para as áreas da Saúde, da Educação e de Transporte nos próximos quatro anos. Com a deflagração da Operação Caixa de Pandora no ano passado, o Banco Mundial deu um passo atrás nas negociações com o governo local. Ontem, porém, durante a visita de cortesia, Agnelo reconquistou o apoio de Diop: os dois marcaram reuniões de trabalho para a segunda semana de janeiro e também em fevereiro para tratar de projetos.

Ontem, eles trataram do andamento do Projeto Brasília Sustentável, iniciado em 25 de agosto de 2005. Dos US$ 159 milhões negociados, 65% foram pagos ao GDF e outros 35% permanecem suspensos. O programa prevê obras de saneamento básico e infraestrutura para reduzir desigualdades e o nível de poluição dos mananciais, promover a inclusão social e melhorar a qualidade de vida das comunidades de Águas Lindas (GO) e Vicente Pires. O fim do processo de repasse de verbas está marcado para 31 de março do próximo ano, mas o prazo deverá ser ampliado até o fim de 2011 para possibilitar o investimento total. O projeto está sendo coordenado pela Secretaria de Infraestrutura e Obras. “O diretor se mostrou satisfeito. O novo governo passa esperança em superar essa crise e retomar as relações normais. Essa parceria é um interesse nosso”, disse Agnelo, ao fim do encontro.

O governador eleito garantiu que o Distrito Federal tem capacidade de negociar novos empréstimos internacionais. “Atualmente, nossa economia está desorganizada, mas a capacidade de endividamento de Brasília é grande. Vamos analisar os custos e a forma de melhorarmos as áreas fundamentais do Distrito Federal”, explicou. Quando chefiava o Buriti, José Roberto Arruda foi algumas vezes aos Estados Unidos e à Europa em busca de investimentos para infraestrutura local e para a realização de grandes obras de transporte. Após o susto provocado pela crise política, muitas negociações foram retomadas por Rogério Rosso (PMDB) e, agora, por Agnelo. Em julho do ano passado, a Agência Francesa de Desenvolvimento garantiu o empréstimo de R$ 330 milhões para a construção do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

No último dia 9, o petista eleito visitou o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para manter o contrato atual entre a instituição e o GDF, de US$ 176 milhões — cerca de R$306 milhões — destinados à obra da Linha Verde, na Estrada Parque Taguatinga (EPTG). Na ocasião, Agnelo deu o primeiro passo para negociar a ampliação dos recursos a ser investidos no VLT e no Veículo Leve sobre Pneus (VLP). Os dois projetos visam atender as demandas que serão geradas com a realização de jogos da Copa do Mundo de 2014 na capital. A competição deverá pautar as próximas conversas sobre investimento em Brasília. “As obras vinculadas à Copa trarão melhorias para a cidade em geral”, disse Agnelo, na tarde de ontem.

Secretarias
Questionado sobre a formação do secretariado, Agnelo desconversou. A 15 dias do início do mandato, apenas três nomes do time petista foram divulgados. O restante deve ser anunciado na próxima segunda-feira. Na área de Cultura, cerca de oito nomes estão sendo cogitados, entre eles o dono do açougue T-Bone, Luiz Amorim, e o poeta Hamilton Pereira, mais conhecido pelo pseudônimo Pedro Tierra. Amorim confirmou a sondagem por petistas, mas disse não ter interesse no cargo. “Estou mais para secretário do T-Bone”, brincou. Até agora, Rafael Barbosa foi confirmado para assumir a pasta de Saúde e Moisés Simão, a de Fazenda. O novo procurador-geral do Distrito Federal será Rogério Chaves. Algumas secretarias permanecem em aberto. As negociações em torno da organização do futuro governo devem tomar o fim de semana.

PEREGRINAÇÃO

Desde que voltou da semana de descanso, que tirou logo após vencer as eleições, Agnelo visitou várias instituições públicas do Distrito Federal. Ele passou pelo gabinete do governador, Rogério Rosso (PMDB), pelo Tribunal de Contas do Distrito Federal, pela Câmara Legislativa e por diversos ministérios. As visitas de cortesia servem para abrir portas para futuras negociações. No Ministério da Saúde, o petista pediu apoio para a área considerada por ele prioritária e, no encontro com o ministro Orlando Silva, do Esporte, fechou apoio para a Copa do Mundo. Nas últimas duas semanas, as visitas às instituições financeiras foram intensificadas, já que elas podem facilitar o repasse graúdo de verbas para o DF.