quarta-feira, 22 de julho de 2015

Governo Dilma libera R$ 629 milhões para investimento no Metrô-DF

21/07/2015 - BSB Estação da Notícia

Brasília terá avanços importantes na mobilidade nos próximos dois anos. Obras para expandir e modernizar o metrô e a introdução do veículo leve sobre trilhos em pontos estratégicos da capital são exemplos de benefícios que estão por vir. Parte deles já tem cronograma para sair do papel, alguns com processo licitatório a ser iniciado em agosto.

expansao e modernizacao do metro df agencia brasilia

Serão 14 licitações para construir cinco estações e modernizar o sistema, com melhorias na rede de energia, na telecomunicação e na sinalização dos circuitos, entre outras (veja arte). A série de aquisições representará um investimento de aproximadamente R$ 795 milhões. A maior parte, R$ 629 milhões, é do governo federal, por meio do Programa de Aceleração do Crescimento. O Distrito Federal precisará entrar com pouco mais de R$ 160 milhões R$ 126 milhões de contrapartida dos recursos da União e R$ 40 milhões da concorrência para contratar uma empresa de assistência técnica durante toda a execução das melhorias.

A primeira compra pública, na modalidade pregão, servirá para adquirir cerca de 200 novos rádios para a Companhia do Metropolitano do Distrito Federal (Metrô-DF), com valor em torno de R$ 14 milhões. Equipamentos com tecnologia digital, mais moderna, substituirão modelos já obsoletos. Os rádios atuais têm áreas de sombra, onde não é possível se comunicar, como próximo a esses prédios altos em Águas Claras, explica a diretora-técnica da companhia, Daniela Diniz Rodrigues. Segundo ela, os aparelhos devem entrar em uso no segundo semestre de 2016.

Cinco novas estações
Para a construção de novas estações de metrô, haverá, a princípio, três licitações. A primeira, prevista para setembro deste ano, será destinada a duas em Samambaia. As demais, para duas em Ceilândia e uma na Asa Norte, deverão sair até 2016. Samambaia foi priorizada devido à complexidade das outras. Pelo fato de a primeira obra ser menos complexa, conseguimos controlar melhor possíveis riscos e, assim, nos preparar para as demais. É uma questão importante estrategicamente, resume a diretora-técnica. O trecho naquela região, com investimento aproximado de R$ 127 milhões, envolve também obras necessárias para a expansão do metrô, como viadutos. As duas novas plataformas ficarão nas Quadras 111 e 117. Processo semelhante ocorrerá em Ceilândia, nas EQNOs 1/3 e 9/11 e EQNOs 5/7 e 13/15. Com o acréscimo, a região administrativa mais populosa de Brasília passará a contar com sete estações.

A futura obra da Asa Norte, segundo o diretor-presidente do Metrô-DF, Marcelo Dourado, representará um marco para Brasília. À semelhança do que ocorre em Águas Claras, a estação servirá de ponto de baldeação para quem quiser, por exemplo, sair de Ceilândia e seguir até o ponto final. Ela marcará o início da Linha 2 com oito estações , será subterrânea e construída no Setor Comercial Norte, perto do Hospital Regional da Asa Norte (Hran).

Para dar suporte às novas construções, serão feitos quatro pregões: para a compra de trilhos, de dormentes peças colocadas transversalmente à via férrea , de elevadores e de escadas rolantes. A ideia de fazê-los separadamente é gastar menos com a obra. Dessa forma evitamos que a empresa de construção civil subcontrate outra, o que aumentaria o custo, detalha Daniela. A linha que hoje tem 42,38 quilômetros ganhará, com a expansão, mais 6,5.

As cinco novas estações de metrô fazem parte do plano de obras anunciado pelo governador Rodrigo Rollemberg na quinta-feira (16).

Veículo leve sobre trilhos

Entre setembro e outubro deste ano, o governo lançará ainda licitações para o estudo de projetos de implantação do veículo leve sobre trilhos (VLT) em duas áreas de Brasília: um para sair da rodoferroviária e seguir até o fim da Esplanada e outro, do terminal de ônibus da Asa Sul ao da Asa Norte. Segundo Dourado, a companhia também pretende contratar outra análise para um terceiro VLT, no Sol Nascente, que integre a Avenida Hélio Prates com a Praça do Relógio. Informações da Agência Brasília.

quinta-feira, 9 de julho de 2015

A conta da Copa

09/07/2015 - Correio Braziliense

EDITORIAL

Um ano depois do histórico 7 x 1, o Brasil continua perdendo de goleada dentro e fora de campo. Desorganizados, arcaicos e corruptos, os clubes, as federações e a CBF empurram o nosso futebol ao fundo do poço. Sem comando e acuado por um Congresso inescrupuloso, o governo federal leva o país a uma crise sem precedentes.

O cenário é idêntico no campo do Distrito Federal. O governo da capital do país atravessa a maior crise financeira da história. Em parte, por causa das dívidas deixadas pelo antecessor em função de projetos mal planejados, mal executados e hiperdispendiosos.

Do tão propagado legado, a Copa em Brasília não rendeu sequer frutos ao turismo. No mês do mundial, a média de ocupação dos HOTÉISatingiu 65%, bem abaixo dos projetados 100%. Passado o evento, voltamos à média normal, de 45%, segundo o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares do DF. Na questão mobilidade, o prometido VLT entre o aeroporto e o Setor Hoteleiro Sul não passou da derrubada de árvores e da demolição de um viaduto no fim da W3 Sul, que acabou reconstruído. O governo Agnelo Queiroz (PT) entregou o BRT pela metade, com nítidas falhas na construção e na operação.

A experiência da Copa também não trouxe melhorias nas informações aos vistantes. Dos sete Centros de Atendimento ao Turista (CAT) (Setor Hoteleiro Norte, Setor Hoteleiro Sul, dois no aeroporto, Rodoviária Interestadual, Torre de TV e Praça dos Três Poderes) apenas dois funcionam. Também não há legado em urbanização. Ficou só na promessa da construção da via entre a W4 Norte e a W5 Sul, de dois túneis para passagem de pedestres um entre o Parque da Cidade e o Clube do Choro e outro entre o Centro de Convenções e o estádio e da urbanização das saídas dos túneis e melhorias no Complexo Esportivo Ayrton Senna.

A obra de paisagismo entre a via W3 e a Rodoviária do Plano Piloto caminha a passos curtíssimos, após ser paralisada. As calçadas do Eixo Monumental e dos setores hoteleiros tiveram a licitação revogada porque havia interferências nos locais que inviabilizaram a execução do projeto. Novo estudo foi elaborado e aguarda recursos.

Ah, mas tem o Mané Garrincha. Sim, mas estádio não pode ser considerado legado. E, em uma cidade sem futebol, menos ainda.

Tanto que, ao custo de R$ 1,5 bilhão (o Ministério Público acredita ser muito mais), acabou se transformando em sede de secretarias do GDF. Com raras e cada vez mais esvaziadas partidas entre equipes da Série A do Brasileiro, a arena mostra sinais de abandono, com elevadores parados, pisos dos vestiários danificados, cadeiras quebradas, goteiras e nenhuma obra de urbanização no entorno.