27/04/2012 - Portal 2014
Obra incluída na Matriz de Responsabilidade do Mundial terá recursos subsidiados
Depois de uma série de irregularidades envolvendo denúncias de fraude na licitação, o governo do Distrito Federal admitiu que o primeiro trecho do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) de Brasília ficará pronto somente depois da Copa do Mundo de 2014.
Orçada em R$ 277 milhões, a obra foi incluída na Matriz de Responsabilidades do Mundial, documento que lista os projetos de transporte público essenciais para o bom andamento da competição.
Por figurar entre as obras da Copa, o VLT de Brasília conta com financiamento do PAC da Mobilidade Urbana, que usa recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e oferece prazos mais longos e juros menores aos encontrados no mercado.
Ontem (26), o secretário de Obras do Distrito Federal, David de Matos, confirmou que os turistas e a população de Brasília não poderão contar com o VLT durante o Mundial.
Durante audiência na Comissão Especial da Copa do Mundo na Câmara Legislativa do Distrito Federal, Matos declarou que o cancelamento da licitação e o prazo de 18 meses para a entrega dos trens inviabilizaram a inauguração do empreendimento no tempo previsto.
A Matriz de Responsabilidades previa que a obra começasse em março deste ano e terminasse em dezembro de 2013.
Com 6,5 quilômetros de extensão, o primeiro trecho do VLT vai ligar o Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek à Asa Sul da capital federal. Apesar de estar incluído entre os projetos da Copa, o ponto final da linha fica a mais de seis quilômetros de distância do Estádio Nacional Mané Garrincha, palco das partidas do Mundial.
Fraude
Os problemas do governo com o VLT começaram em abril de 2011. À época, a Justiça do Distrito Federal confirmou que houve fraude na licitação e suspendeu a obra (saiba mais).
Segundo o tribunal, a concorrência foi direcionada para beneficiar empresários ligados ao então presidente do Metrô do Distrito Federal, José Gaspar de Souza.
Vencedor da licitação, o consórcio formado pelas empresas Daclon, Altran/TCBR e Veja Engenharia entrou com recurso contra a suspensão em agosto do ano passado.
O atraso no VLT provoca um efeito cascata. A duplicação da rodovia DF-047, que dá acesso ao aeroporto JK, também foi incluída no pacote da Copa. Mas o projeto depende das obras do VLT para sair do papel.
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