segunda-feira, 3 de junho de 2013

Nova tecnologia para transporte no DF

04/06/2007 - Correio Web (DF)

As praças são pontos turísticos típicos da capital espanhola. Espaços retangulares emoldurados por prédios onde funcionam hotéis, teatros e até residências e que no centro se espalham cafés, restaurantes e muita gente. A mais famosa é a Plaza Mayor. É num local como esse que o Governo do Distrito Federal planeja transformar o trecho da W3 em frente ao Setor Comercial Sul. O local hoje concentra um dos maiores fluxos de carros no Plano Piloto em horário de rush. O projeto de revitalização da W3 — inserido no programa de alteração do transporte no DF — prevê acabar com o tráfego na altura do shopping Pátio Brasil e transformar a região em uma grande praça pública.

A idéia faz parte do projeto que o governador José Roberto Arruda trouxe à Europa e de onde pretende sair certo quanto à tecnologia de transporte que vai usar para tornar o redesenho da W3 possível. A proposta estudada pela equipe técnica sugere que o governo adapte toda a extensão da avenida que corta o Plano Piloto da Asa Sul à Asa Norte para operar o chamado trem urbano em uma das faixas da pista. É justamente para conhecer mais detalhes sobre esse sistema de transporte que a comitiva do governador viajou à Europa. Em Madri, o governador, o secretário de Transportes, Alberto Fraga, além do consultor Renato Grillo Ely, se reúnem nesta segunda-feira com executivos da fabricante de trens francesa Alstom. Arruda conhecerá duas das três linhas construídas e operadas pela empresa, alem de participar de um almoço com o presidente da organização na Espanha, Antonio Porto.

Trens

A Alstom é uma das empresas que o GDF iniciou contatos ainda nos primeiros meses de gestão para discutir a possibilidade de fazer negócio. A fabricante domina a tecnologia dos trens urbanos, os chamados Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). Mas Arruda não está convencido de que essa é a melhor alternativa. Ele ainda cogita adotar a opção dos ônibus biarticulados, que trafegam por corredores exclusivos. Há duas diferenças que pesam a favor dos Veículos Leves sobre Pneus (VLP). O custo é um terço do estimado para os carros sobre trilhos e o prazo de construção é menor. A vantagem do VLT, no entanto, é o fato de se mostrar um sistema mais moderno, com maior capacidade de passageiros e menor interferência urbanística.

Sobre trilhos ou pneus, a mudança na paisagem da W3 é praticamente certa. Há duas semanas, Arruda recebeu um esboço do projeto — uma apresentação animada de dois minutos elaborado em programa de computador — e se interessou com a idéia de desviar o fluxo de carros de uma região crítica no centro de Brasília. Segundo a alternativa proposta pelos técnicos, os carros seriam desviados da superfície para um túnel que cortaria o miolo entre a Asa Sul e a Asa Norte. O redirecionamento do tráfego no local diminuiria o trânsito nas vias S2 e S3, que ficam congestionadas nos horários de rush em função da disputa com os veículos provenientes da W3.

Depois da visita a Madri, Arruda seguirá para a Alemanha. Amanhã tem encontros agendados com representantes da alemã Siemens, concorrente da fabricante Alstom. Na cidade de Düsseldorf, o governador pretende comparar preços e condições para importar a tecnologia dos trens urbanos. Na quinta-feira, o governador e sua comitiva vão até Paris onde serão recebidos pelo prefeito da capital francesa, Bertrand Delanoë. O chefe do Executivo no Distrito Federal está interessado em conhecer melhor não só o projeto de transporte pesado, como a utilização do metrô e dos trens urbanos em cidades francesas, mas também quer ver de perto o projeto de ciclovias de Paris que foi decisivo na política de melhoria do transporte na capital francesa.

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